O que você precisa saber sobre reprodução assistida na atualidade

A reprodução assistida é um procedimento alternativo para aqueles casais que não conseguem engravidar pelo método natural. Ele apresenta diversas modalidades e cada uma tem suas indicações e contraindicações clínicas. Existem também diferenças quanto ao custo, se o método é inovador e as chances de sucesso de manter uma gravidez em cada um deles.

Além disso, devido ao avanço dos conhecimentos biomédicos e dos recursos tecnológicos, atualmente, é possível monitorar todas as fases do processo e identificar anormalidades genéticas que podem comprometer o andamento da gravidez.

Quer conhecer mais sobre os métodos de reprodução assistida? Então, não perca as informações que daremos neste post!

Principais métodos de reprodução assistida

Fertilização in Vitro (FIV)

Consiste na transferência de embriões que foram maturados na incubadora de 3 a 5 dias diretamente no útero da paciente. Para tanto, é preciso avaliar a qualidade e a quantidade dessas células formadas.

Primeiramente, é colhida uma amostra do sêmen do futuro pai, por meio da masturbação, realizada no ambiente laboratorial. O indivíduo se desloca para uma sala reservada e, mediante estímulo sexual e ereção do pênis, faz a coleta desse material que será preservado e processado pelos profissionais especializados.

Na mulher, ocorrerá primeiramente a estimulação dos folículos ovarianos por meio da aplicação subcutânea ou da administração oral de hormônios para, em seguida, serem coletados para a fecundação laboratorial. Esse procedimento consistirá na junção de um folículo com milhares de espermatozoides viáveis para facilitar a invasão da célula feminina, assim como ocorre nas etapas fisiológicas já conhecidas.

Após a fecundação, os profissionais clínicos especialistas em reprodução assistida preparam o embrião, de 3 a 5 dias, para serem transferidos no útero da mulher. Conforme recomendação médica, o número de embriões transferidos será, no mínimo, 2 e, no máximo, 4, nas mulheres até 35 e após os 40 respectivamente.

Como a gravidez proveniente da FIV, existe o risco de ser gemelar. Desse modo, quando todos embriões implantados são gerados, é preciso monitoração contínua do estado clínico da gestante. Nesse sentido, são descritos relatos de aborto espontâneo, parto prematuro, além de hipertensão gestacional e diabetes durante a gravidez.

Injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)

A técnica de injeção intracitoplasmática de espermatozoide é bem semelhante à FIV, e muitos especialistas a consideram como uma variação desse método, pois as etapas seguintes são as mesmas.

No método de ICSI, acontece a chamada inseminação, em que o espermatozoide é inserido no óvulo com a ajuda de micromanipuladores, otimizando a funcionalidade dessa célula na fecundação. É um procedimento que insere a participação do especialista laboratorial em reprodução assistida, como o biomédico, visto a complexidade e a dificuldade observada em casais que ainda não conseguiram um embrião viável para implantação uterina.

Antigamente, essa técnica era indicada exclusivamente para os progenitores masculinos que não apresentavam espermatozoides rápidos, mas devido à sua efetividade, ela já é aplicada rotineiramente em todos os casos.

Coito programado

Uma das técnicas de reprodução assistida que mais se assemelha à concepção natural é o coito programado, com a diferença que esse processo é todo monitorado por ultrassonografia e dosagem hormônios.

Sendo assim, a mulher é submetida a um tratamento hormonal que simulará o ciclo endometrial, com injeções diferenciadas de doses de estrógenos que contribuirão para o desenvolvimento e expulsão do folículo ovariano.

Nesse processo monitorado da ovulação, sabe-se que existem localizações na trompa uterina, onde a probabilidade de engravidar é mais elevada, como na porção distal dessa importante estrutura.

Inseminação intrauterina artificial

Esse procedimento também é de baixa complexidade, mas requer uma avaliação minuciosa da qualidade dos espermatozoides do homem, sendo indicado para aqueles que os produzem em baixa quantidade.

O primeiro passo consiste em verificar se os espermatozoides, produzidos em pouca quantidade, mantêm o aspecto fisiológico adequado em um processo denominado de capacitação.

Após essa análise, ocorrerá o depósito dessas células germinativas diretamente na cavidade uterina, que foi previamente estimulada com hormônios para receber essas células e propiciar a etapa de fecundação.

Os especialistas predizem uma taxa de sucesso de 15%, atentando-se às diversas variáveis que devem ser controladas, principalmente aquelas relacionadas às condições uterinas para que a fecundação seja realizada.

Doação de óvulos

Essa técnica é indicada para mulheres com problemas para produzir óvulos adequados para a fecundação e, nesse caso, recorre a um banco dessas células para realizar o sonho da maternidade.

A doação normalmente é feita por uma mulher que está passando por estimulação ovariana e apresenta células viáveis para fecundação, porém, a receptora também necessita de hormônios para preparar o útero.

Todo o processo é monitorado por médicos, enfermeiros, biomédicos e demais especialistas em reprodução assistida, e consistirá no levantamento dos históricos clínicos e medicamentosos, tanto da doadora, quanto da receptora, a fim de evitar complicações fetais futuras.

Como é comum a doação de óvulos para mulheres que fazem tratamento na mesma instituição clínica, caberá aos profissionais manter registros de todas as fases nos prontuários da doadora e da receptora para facilitar a rastreabilidade.

Contudo, a identidade da doadora é mantida em sigilo para evitar contato entre as mulheres ou suscitar questões éticas que podem repercutir no futuro de ambas e influenciar na gestação posteriormente Para finalizar essa etapa, o óvulo será inserido no útero da receptora que, após avaliação médica prévia, decidirá pela técnica de implantação dos espermatozoides para iniciar a fecundação.

Evolução das técnicas de reprodução assistida

Considerando que primeira paciente, proveniente da técnica de reprodução assistida da Fertilização in Vitro, completou 40 anos em 2018, é fato que o resultado foi bastante positivo para a comunidade médica da década de 50.

No entanto, naquele momento não se dispunham de recursos tecnológicos para monitorar esse processo, diferentemente da realidade atual, em que é possível avaliar cada etapa das técnicas adotadas.

Nos dias de hoje, os especialistas já descobriram a data mais recomendada para retirar os embriões desenvolvidos em laboratório para serem implantados no útero da futura gestante, situação que era feita antigamente sem critérios específicos.

Nesse sentido, a qualidade dos embriões implantados melhorou significativamente, proporcionando uma fecundação mais segura e uma gravidez sem probabilidades de identificar anormalidades genéticas.

É possível também identificar o tipo de fertilidade a partir dos exames laboratoriais mais sensíveis e diferenciar qualidade e viabilidade dos espermatozoides, de quantidade apurada no sêmen.

Os exames de ultrassonografia na mulher conseguem identificar o estágio do ciclo endometrial/ovariano, com base na morfologia dessas estruturas e do período menstrual relatado aos especialistas. Além disso, as técnicas minimamente invasivas trouxeram mais segurança na execução, menor possibilidade de causar reações adversas e mais adeptos ao processo.

O fator limitante ainda é o custo de cada procedimento, devido ao número de tentativas, e as implicações para o casal. Felizmente, as instituições de reprodução assistida estão formalizando propostas que contornam esse problema da melhor maneira.

Atribuições do embriologista nas técnicas de reprodução assistida

A participação de uma equipe multidisciplinar formada por ginecologistas, enfermeiros, técnicos de patologia e de enfermagem é essencial para o sucesso do tratamento. Algumas clínicas já contam também com a inserção do psicólogo, devido aos sentimentos dos casais, notadamente ansiedade.

O embriologista é um profissional que tem formação universitária voltada para o ambiente laboratorial e que está apto a manipular e facilitar as técnicas de reprodução assistida por meio de diversas atividades.

Sendo assim, ele está preparado para fazer a identificação e classificação oocitária e embrionária, processamento do sêmen, análise do espermograma, criopreservação, biópsia, dentre outras responsabilidades.

Na classificação oocitária, ele analisará a estrutura morfológica daquelas células dispostas na placa de Petri e, sob visão microscópica, fará um parecer sobre a maturidade delas e sua viabilidade para implantação.

No processamento seminal, o embriologista é responsável por realizar procedimentos laboratoriais prévios antes da avaliação completa, que consiste em submeter as amostras a ciclos de centrifugação e lavagens. Após a separação do plasma seminal, ele selecionará os espermatozoides móveis para a inseminação dos oócitos.

Outra atribuição fundamental nas técnicas de reprodução assistida é na criopreservação seminal, que consiste em adotar as boas práticas para congelamento dessa amostra em indivíduos que farão alguma terapia farmacológica que interfere na fertilidade.

As responsabilidades do profissional também se referem à orientação dos futuros pais, principalmente sobre as variáveis temporárias que podem ter efeito na fertilidade dos indivíduos, na forma correta de coletar as células germinativas, entre outras.

Do mesmo modo, ele é fundamental para esclarecer dúvidas sobre os métodos utilizados, principalmente para aqueles indivíduos que já estão em tratamento, mas ficaram com receio de perguntar ao profissional. Ou, até mesmo, aqueles questionamentos que surgirão durante as etapas da técnica escolhida em comum acordo com o médico.

A reprodução assistida é intermediada por diversas técnicas atualmente, que devem ser discutidas com o profissional clínico, principalmente em relação às indicações, benefícios e riscos para os casais. Portanto, envolve a participação de uma equipe multidisciplinar nesse processo, sendo o embriologista um profissional essencial nessas instituições de reprodução humana.

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